sexta-feira, 26 de julho de 2013

Ensaio Sincronizado



Na moral, não só tirei meu chapéu, como a roupa toda !

Cama de Solteiro

Não acredito em nenhum casal que nunca dividiu uma cama de solteiro. Simplesmente não acredito.

Pode ser uma dupla dinâmica mais astuta que Batman e Robin. Podem ter as mesmas tiradas que Tango e Cash – eu sei que eles não são um casal, mas adoro o filme. Podem ter uma frequência e química sexual tão grandes que seriam ouro nos Jogos Olímpicos se transar fosse um esporte (às vezes é, mas ainda não foi reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional). Não importa: casal que nunca dividiu cama de solteiro não é casal.



A cama de solteiro é uma entidade. Um desafio às leis da física. Isaac Newton, dizem – não sei quem, mas dizem -, morreu virgem. Vem daí o erro do estudioso em sua segunda lei: dois corpos podem, sim, ocupar o mesmo lugar. Podem e devem, pelo menos uma vez na vida. Basta a tal da caminha e dois corpos bem dispostos para dividi-la – e fazer dela, quem sabe, o lugar mais aconchegante da face da Terra. Indo ainda mais longe, podemos esbarrar em Darwin e presumir que esse móvel se enquadra na tal teoria de que os mais fortes sobrevivem. Afinal, depois de noites divididas em um espaço tão pequeno, de pernas se enroscando a torto e a direito, de respirações entrecortadas e de guerras intermináveis pela posse do cobertor, uma vida cheia de problemas e desafios é moleza. É, dividir cama de solteiro é aula de gerenciamento de crise.

E também é condicionamento físico. Quem precisa de pilates ou yoga quando dormir em dois onde apenas um deveria repousar nos dá habilidades que nunca imaginaríamos ter? Faça o teste e perceba que seu braço pode se esticar – e se encolher – muito mais do que você pensa. Que sua cabeça pode quase dar um giro de 360º. Que suas pernas podem abraçar, e que seus braços podem chutar. Mas, muito além de refutar teorias científicas, ajudar a deixar o corpo mais elástico ou ser uma ótima prova de relacionamento para casais, a cama de solteiro tem um propósito ainda mais glorioso, ainda mais nobre: é a maior facilitadora de sexo matinal. Isso, claro, se você é uma boa pessoa que nunca dispensa uma ereção matinal.

Um dia a época da cama apertada vai embora, ou ela nem mesmo aparece. Ainda assim, nunca deixe sua relação virar uma king-size, daquelas que podem comportar uma família inteira. Dormir junto é dormir grudado, como se o outro pudesse desaparecer a qualquer instante. É apertar um corpo contra o outro com a vontade de torná-los um só. É saber que o formigamento no braço (já que você dormiu em cima de um deles para abraçar a outra pessoa) vai passar em alguns instantes, e que a noite valeu a pena. Sempre vale.

Mas, ó, se teu braço continuar formigando nas próximas horas é melhor correr pro hospital. Vai que, né.

(Fonte:http://www.casalsemvergonha.com.br/ - http://www.casalsemvergonha.com.br/2013/07/26/a-arte-de-dormir-grudado-uma-reflexao-sobre-relacionamentos-e-camas-de-solteiro/ )

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O desastre do Mar de Aral.

Mar de Aral era um lago de água salgada, localizado na Ásia Central, entre as províncias cazaques de Aqtöbe e Qyzylorda (ao norte), e a região autônoma usbeque de Caracalpaquistão (ao sul). O nome (em português, Mar das Ilhas) refere-se à grande quantidade de ilhas presentes em seu leito (mais de 1500). Este já foi o quarto maior lago do mundo com 68 000 km² de superfície e 1100 km³ de volume de água, mas em 2007 já havia se reduzido a apenas 10% de seu tamanho original, e em 2010 estava dividido em três porções menores, em avançado processo de desertificação.



A outrora próspera indústria pesqueira foi praticamente destruída, provocando desemprego e dificuldades econômicas. A região também foi fortemente poluída, com graves problemas de saúde pública como consequência. O recuo do mar também já teria provocado a mudança climática local com verões cada vez mais quentes e secos, e invernos mais frios e longos.



Atualmente, existe um esforço contínuo no Cazaquistão para salvar e recuperar o norte do Mar de Aral. Como parte deste esforço, um projecto de uma barragem foi concluída em 2005 e em 2008 o nível de água nesse local já havia subido doze metros a partir de seu nível mais baixo em 2003. A salinidade caiu e os peixes são encontrados em número suficiente para tornar a pesca viável. No entanto, as perspectivas para o mar remanescente do sul permanece sombria, tendo sido chamado de "um dos piores desastres ambientais do planeta".



Mar de Aral: O primeiro desastre ecológico planejado da História!

>No final dos anos 50, a União Soviética planejou incrementar a sua produção agrícola nas repúblicas do Uzbequistão e Cazaquistão, transformando as áridas estepes da Ásia Central em férteis campos de algodão, visando exportação.
Para isto, fez uma pergunta que mostrou-se desastrosa: "O que traz mais benefícios econômicos, desviar os dois principais rios que desaguam na Mar de Aral para irrigação de plantações de algodão ou a atividade pesqueira e de lazer em suas margens ?"
A resposta dos tecnocratas do Planejamento Central foi que o metro cúbico de água desviado para a cultura de algodão seria mais rentável do que o metro cúbico de água despejado no Mar de Aral, mesmo que este desvio causasse a diminuição drástica daquele que na época era o quarto maior mar interior do planeta, com uma área de 68.000 km2, comparável ao tamanho do Uruguai.



E foi com estes cálculos em mãos que começou um grande projeto de desvio das águas dos rios Amu Darya e Syr Darya para irrigar as plantações uzbeques e cazaques.
A princípio o projeto foi muito bem sucedido, e o Uzbequistão multiplicou sua produção agrícola, tornando-se rapidamente o terceiro maior produtor mundial de algodão.



Porém, a ampliação de canais foi feita de forma indevida, permitindo grande evaporação e vazamentos, causando o primeiro ECOCÍDIO consciente da história.
O que os tecnocratas (funcionário do governo que analisa os problemas levando em conta apenas a questão técnica, sem considerar outros aspectos)de Moscou previram foi que o Aral diminuiria progressivamente de tamanho, mas sem causar grandes danos climáticos ou à população. O tempo mostrou que eles não poderiam estar mais errados.



Fonte: http://www.aprendaavalorizar.com.br/2011/12/mar-de-aral-o-primeiro-desastre_01.html

terça-feira, 2 de julho de 2013

Entenda a ideologia por trás da quebradeira

Entenda a ideologia por trás da quebradeira

Um dos guias para os seguidores é um manual de 397 páginas chamado The Black Bloc Papers, disponível on-line, com um histórico dos principais confrontos e também um detalhamento das estratégias recomendadas para os manifestantes radicais. O manual ensina noções de primeiros socorros, o que fazer em caso de prisão e recomenda dicas básicas, como sempre levar uma camisa diferente na mochila, para não ficar marcado pela polícia e poder fugir após os conflitos.

O BB não remete a movimentos anarquistas da década de 1980, mas, depois da onda de protestos, ganhou novos adeptos no Brasil e muitas páginas nas redes sociais. Caso do Black Bloc mineiro, que abriu seu canal de informação no Facebook no dia 21, quatro dias depois da segunda manifestação na capital mineira, que reuniu cerca de 30 mil pessoas. Hoje já existem páginas do movimento em pelo menos nove estados, todas criadas depois do início dos protestos pela redução das tarifas na capital paulista. 

Além dos perfis nas redes sociais, o grupo tem como canal de comunicação um programa de computador usado para conversas on-line entre jogadores de videogame ou o TwitCasting, que permite transmitir um vídeo ao vivo a partir de aparelhos de telefone celular. Também trocam fotos, sempre imagens de confronto com a polícia ou cenas de depredação, mensagens de solidariedade entre os grupos, instruções sobre como agir nos protestos, vídeos e textos doutrinários. 

Somente o Black Bloc Brasil, grupo criado no Facebook em 2012, já tem quase 200 mil seguidores. Na página, uma foto de manifestantes quebrando uma estação de metrô e uma citação do Jack Kerouac, escritor norte-americano, símbolo da geração beatnik, autor de On the road: “Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que veem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas”.

Estudo
Jeffrey Juris é professor de antropologia do Departamento de Sociologia e Antropologia da Northeastearn University, em Boston, nos Estados Unidos, e estudou os Black Blocs após os conflitos em Gênova, na Itália, em 2001, durante encontro dos oito países mais ricos do mundo, o G-8, quando um manifestante foi morto atingido por uma arma de fogo. 

Juris explica que o Black Bloc não é uma organização, mas um conjunto de táticas editadas e difundidas pela internet por grupo de jovens militantes durante os protestos. Geralmente, mas sem ser uma regra, eles vestem calças e blusas pretas, botas e máscaras ou bandanas para cobrir o rosto. Aas máscaras servem para esconder a identidade, mas também tem outra função: “Expressar solidariedade coletiva através do anonimato e retratar imagens típicas da rebeldia juvenil”, afirma Juris. Ainda segundo o acadêmico, eles têm uma postura anticapitalista e rejeitam o mercado e o Estado.